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Carta à Nice

Ainda liberdade, igualdade e fraternidade,
nunca foram tão caras essas juras,
mas caras são pelo preço da culpa,
porque as juras foram quebradas.
Hoje manter a palavra custa alto,
pela desigualdade de um tempo atrás
se cobra hoje juros sobre juros,
o preço no entanto não é justo.
Estes que cobram juros das juras,
não vivem por elas, mas contra,
querem destruir os eternos culpados
lhes privando do direito de julgá-los,
pois fingem o que não são de fato,
apenas para gozar e violentar o sonho.
Ocorre que na equação do futuro ideal,
não poder-se-á pagar taxa de dolo,
liberdade, igualdade e fraternidade,
mas sem culpa, sem dolo, sem maldade.
Àqueles que se querem iguais, igual,
àqueles que se querem livres, livre,
àqueles que se querem fraternos, fraterno,
mas àqueles que militam pelo inconfesso,
àqueles que querem desmanchar a alma,
que querem destruir ideias e ideais,
que querem subjugar um mundo melhor
para desfrutar o sumo do próprio ódio,
esses devem sofrer a justiça total,
como guerra sem trégua do bem e mal,
pois eles não querem paz, nem segurança,
antes querem que todos fiquemos de joelho,
para armados com tudo que disto transverso,
decapitar, imolar e destruir o velho verso:
liberdade, igualdade e fraternidade.